Talvez um dos motivos para você não gostar de matemática, foi a falta de opção. Falta de opção para resoluções de problemas, falta de opção em demonstrar algum objeto matemático, falta de opção para justificar uma simples operação. A maioria de tudo que você viu sobre matemática foi passado como regra, uma regra atrás de outra regra para justificar a próxima regra.
Quando você iniciou seus estudos em matemática certamente ouviu da sua professora que ficava o dia inteiro com você te enchendo de arme e efetue: vírgula em baixo de vírgula, unidade em baixo de unidade, dezena em baixo de dezena e tudo isso sem a mínima justificativa. Quando você fez seu primeiro arme e efetue, disseram que tinha de ser, unidade em baixo de unidade, dezena em baixo de dezena e logo em seguida quando resolve essa operação você coloca unidade em baixo de dezena. Nessa hora a matemática começou a ficar difícil pra você, você não tinha maturidade suficiente para questionar e se tivesse iria ouvir respostas do tipo, é regra e não muito mais que isso, até porque essas professoras tem o mínimo de conhecimento em matemática elas não se formaram em matemática. Pensar que qualquer pessoa formada em qualquer área pode ensinar matemática só porque os alunos que ali estão são crianças e não tem ainda nenhum conhecimento matemático é um erro.
As regras mais atrapalham do que ajudam, elas sempre estão limitadas a um conjunto finito de casos. Se no lugar das regras, tivéssemos meios e processos que as justificassem, estaríamos abertos a outros meios e processos de criação e de resolução problemas.
Criar e descobrir é prazeroso, como professor tento levar meus alunos a descobrir algo, a maioria não entende e fica a espera de um milagre. Esperando a fórmula como se tivesse fórmula pra tudo, esperando a resolução na lousa pra encher o caderno sem entender absolutamente nada.
Uma vez na faculdade descobrir uma fórmula para saber o ângulo formado pelos ponteiros do relógio, por exemplo, o ângulo formado quando o relógio marca três horas é 90°. Já que tinha descoberto a fórmula pra salvar o mundo eu disse que quando o relógio marcava 12:01, o menor ângulo formado era de 5.5° arrumei confusão, meu amigo Carlos Alberto disse que nem... na China era 5.5°, o professor também não deu muito crédito mas enfim o prazer de descobrir qualquer coisa não se compara a encontrar pronto, depois descobrir também que a fórmula já existia.
Falei no início da falta de opção, quando você resolveu 12 x 13 pela primeira vez se fosse apresentado pra você três , quatro, cinco ou mais formas diferentes de resolver a mesma coisa, talvez teria ficado mais interessante, diferente de quando é imposto uma forma e se não fizer daquele jeito está errado.
Um exemplo de imposição é a regra dos sinais, quem a criou com certeza tinha a melhor das intenções mas acabou criando o caos.
Antes de colocar este absurdo na lousa, preciso no mínimo dar sentido pra isto, pra mim menos com menos não significa nada, muito menos, menos vezes menos. As operações que fazemos sempre envolve números e letras que assumem qualquer valor, não se soma símbolos, nem multiplica símbolos, eu sei que um número negativo multiplicado por um outro número negativo, resulta em um número positivo, isto eu sei e posso demonstrar. A demonstração nem precisa ser tão formal como é usual em matemática só precisa ter sentido. Exemplo: a lógica na coluna III da sequência I é diminuir de 4 em quatro e na coluna II diminuir de um em um. Quando multiplicamos o número 4 por -1 é primordial que dê -4 ou estaríamos desprezando a lógica. Usando o mesmo princípio na sequência II, também faz necessário dá 4 quando multiplicamos -4 por -1.
Sendo um pouquinho mais formal pode-se demonstrar por meio de uma igualdade, usando as propriedades algébricas que, um número positivo multiplicado por um número negativo resulta em um número negativo. Usando essa conclusão e fazendo o mesmo processo, o resultado de um número negativo multiplicado por um outro número negativo gera um número positivo. Essa demonstração simples e prática está no livro "meu professor de matemática e outras histórias", coleção do professor de matemática, SBM, 1991 Rio de Janeiro.
Parte II
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